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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Fitoterapia Chinesa (cont.)

Hoje continuamos o antigo anterior sobre a fitoterapia chinesa. Classificamos as plantas pelas suas propriedades e sabores e as suas aplicações.

Propriedade das plantas (medicamentos)

O universo é composto de várias forças: a complementariedade oposta do Yin e Yang e os Cinco Elementos. No Shang Han Lu, o autor separa as agressões externas ( vento, frio, calor, humidade, secura) dos factores internos (alegria, medo, raiva, melancolia, preocupação) como causas das doenças. Ele distingue as energias que causam perturbações das infecções por penetração de um agente nocivo.
Desta forma, podemos classificar as plantas:
  • pelas suas propriedades térmicas: quentes, mornas, frias, frescas, podendo ainda falar-se de uma quinta propriedade, neutra;
  • pelos cinco sabores: azedo (ácido), amargo, doce, picante e salgado, teoria elaborada por Chou Li em 770-476 a.C.;
  • pelas quatro direcções: ascendente, descendente, circulante (flutuante) e submersão. Sistema classificação geralmente atribuido a Li Tung 1180-1251 d.C..

As ervas com propriedades mornas ou quentes são Yang em natureza. Elas dispersam o vento e o frio interno, aquecem o Baço e o Estômago, reabastecem o Yang, também possuem acções estimulantes e fortalecedoras, ervas dessa natureza incluem por exemplo o acônito, gengibre seco, canela e tratam várias doenças do frio.
As que contém propriedades frescas ou frias tais como: coptis, scutellaria, gypsum e gardénia são Yin em natureza. Elas removem o calor, aliviam a inflamação patogénica, acalmam os nervos devido à sua acção inibitória, servem também como antibióticos, sedativos e antiflogisticos para doenças febris.

Devido á variação na constituição corpórea, a circulação do Qi (energia), sangue e meridianos, assim como as manifestações externas da doença, as ervas com a mesma classificação com frequência diferem nos seus efeitos terapêuticos.
Cada um dos cinco sabores, determinados a partir de experiências a longo prazo, tem as suas próprias funções específicas. Geralmente as plantas de sabor picante exercem efeitos de dispersão e promoção, assim, as ervas picantes como gengibre fresco, perilla e menta dispersam os patógenos externos; as de sabor doce de tonificação e regulação, o ginseng nutre o Qi e o alcaçuz alivia a dor ; as de sabor amargo efeitos fortalecedores e purgantes, o coptis e o melão amargo têm a acção de secar a humidade e são purgantes; as de sabor azedo efeitos adstringentes,como as algas marinhas; e, as de sabor salgado efeitos suavizantes e purgantes. As ervas suaves, sem sabor, tais como Hoelen e Akebia, são diuréticas.

As ervas Ascendentes e Circulantes têm um efeito para cima e para fora, usadas para activar o Yang, induzir á transpiração e dispersar o frio e o vento. Em contraste, as Descendentes e de Submersão, possuem um efeito para baixo e para dentro – elas tranquilizam, causam contracção, aliviam a tosse, interrompem o vómito e promovem a diurese e purgação.

Como uma das teorias fundamentais na Medicina Herbária Chinesa, as quatro direcções relacionam-se aos diferentes estados de doença no organismo humano. Assim as plantas mornas, quentes, picantes e doces são classificadas como ascendentes e circulantes por natureza, enquanto as frias, frescas, azedas, amargas e salgadas têm acções descendentes e de submersão. As ervas suaves e leves tais como flores e folhas normalmente possuem qualidades ascendentes e circulantes enquanto as ervas túrbidas e pesadas tais como sementes e frutos possuem efeitos descendentes e de submersão.

O especialista em Fitoterapia Chinesa pode mudar as características de uma droga processando-a ou formulando-a de maneira que se ajuste ás necessidades da doença. As ervas cozidas numa solução salgada ou vinagre torna-se descendente ou de submersão. As ervas cozidas em vinho ou com gengibre tornam-se ascendentes e circulantes nas suas características. Na Medicina Chinesa, a acção farmacológica da combinação de mais de duas ervas é chamada de “os sete efeitos das drogas”. Após séculos de uso empírico de remédios herbários, os médicos chineses descobriram que os efeitos de ervas isoladas mudam de acordo com o ambiente herbário. Algumas combinações intensificam uma acção enquanto que outros tornam-se tóxicas ou reduzem a efectividade.
Esses efeitos farmacológicos de uma combinação herbária são difíceis de analisar porque a fórmula pode consistir de qualquer parte de quatro a doze ervas individuais que interagem entre si, ocorrendo três tipos de interacções.
- Entre as ervas individuais.
- Entre os constituintes das ervas individuais.
- Entre os constituintes de ervas diferentes.
Os efeitos farmacológicos das combinações herbárias sobre o organismo humano provaram-se muitos complexos. Isto demonstra que a fitoterapia chinesa na sua complexidade provou a sua eficiência no decorrer dos séculos, assim como na actualidade.


Devemos conservar o que se tem de mais precioso: O corpo, a Energia Vital dentro do corpo, o Sangue e a mente tranquila. Por isso a maioria dos fitoterápicos são de carácter preventivo, não deixar o corpo adoecer.

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