Páginas

Translate

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Moxabustão - 1ª parte

A moxabustão é uma técnica milenar terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa. Baseia-se nos mesmos princípios e conhecimentos dos meridianos de energia utilizados na Acupuntura, sendo amplamente utilizada noutros sistemas de Medicina Oriental tradicionais como: Japão, Coreia, Vietname, Tibete e Mongólia.
É originária do Norte da China, e moxabustão - Jiu (pinyin), significa literalmente “longo tempo de aplicação do fogo”, é considerada uma espécie de acupuntura térmica.
Visa prevenir e tratar doenças pelo aquecimento de pontos de acupuntura através da queima de ervas medicinais. A erva mais utilizada é a Artemísia sinensis e Atermísia vulgaris. Também podem ser utilizados outros materiais como o carvão, que apresenta um odor mais suave. 
Artemísia 




A Moxabustão já era realizada pelas famílias reais quando a Acupuntura falhava. Segundo os textos chineses antigos, todas as pessoas que desejam ter uma vida longa e saudável devem realizar moxabustão em pontos específicos do corpo.
A cauterização, da qual deriva a moxa, foi um desenvolvimento que se seguiu ao uso do fogo. Considerou-se que o aquecimento e a sensação de bem-estar que o fogo proporcionava á vida nas cavernas frias e húmidas, assim, como as curas furtivas que, ocasionalmente, aconteciam do toque de um carvão acesso ou pedaço de lenha em brasa, foram os primórdios da cauterização.
Na cauterização como método de curar doenças usava-se, originalmente, ramos e outros materiais combustíveis comuns. O uso de plantas como principal substância de combustão, data do último período Chou. O livro de Mencios (290 a.C.), refere-se a esta planta (Artemísia) “para uma doença de sete anos, procure moxa de três anos de idade”. Isto sugere que o seu uso já era difundido naquele tempo.

O preparo da erva

As folhas de Artemísia são colhidas na Primavera depois são lavadas, expostas ao sol para secarem, trituradas e peneiradas para remoção de areia ou talos grosseiros, até se transformarem numa massa uniforme, semelhante a uma lã vegetal – a moxa. Após preparada, a moxa pode ser moldada de diversas formas para a sua utilização: as mais usuais são bastão e cone.
A Moxabustão pode ser direta ou indireta. A Moxabustão direta é realizada directamente sobre a pele e pode ocasionar bolhas ou cicatrizes. O tipo de moxa a usar deve ser extremamente fina, para que se possa ser amassada e moldada com as mãos os minúsculos cones de forma a ficarem firmes para que não se desfaçam. Geralmente não é utilizada pelos médicos acupunturistas. A Moxabustão indireta realizada com o bastão de Moxabustão é o método mais usado actualmente, a uma distância de 1 a 2 cm da pele. Não é necessário ser tão fina, e é enrolada fortemente em papel especial de cerca de 15 cm de comprimento para formar o bastão. A Moxabustão indireta também pode ser realizada sobre fatia de gengibre, camada de sal, caixa de madeira, sobre o cabo da agulha, moxa adesiva.
Antigamente, praticava-se geralmente o método de cauterização directa. As instruções são encontradas no tratado Tradicional de Zuo (581 a.C.), “acima ou abaixo dos vitais, a cauterização directa não pode ser usada”. Num outro livro “O livro dos segredos de Bian Que”, é mencionado fazer-se moxa para as pessoas dormirem. O clássico de Medicina da Dinastia Han Oriental “Discussão das doenças causadas pelo frio”, refere as doenças para o qual a cauterização directa é permitida ou proibida.
Moxabustão directa (com cone); Moxabustão indirecta (com bastão)

Naquele tempo, o tamanho da mecha ou cone de moxa era grande e para cada tratamento um grande número de moxa era usado. Mais tarde, nas Dinastias Tang e Song, eram prescritos mais de 100 cones de moxa. Durante as Dinastias Jin e Tang, foi desenvolvido um método de cauterização indirecta, no clássico “Receitas dos mil ducados”, vários métodos são discutidos, incluindo colocar a moxa sob um folhado de outros materiais, tais como alho, feijão-soja, cera de abelha, sal ou gengibre, e então queimá-la, no mesmo livro, é descrito um método para tratar doenças auriculares através do qual um tubo de bambu vazio é colocado no orelha e a moxa queimada na outra ponta. Este método era denominado de cauterização com tubo ou cilindro e foi o percursor da técnica moderna do “cilindro aquecido” (bastão).

Um outro método desenvolvido recentemente e que tem conseguido bons resultados é a Moxa Elétrica, um aparelho projectado para aquecer os pontos de acupuntura, simulando a Moxabustão indireta com uso de bastão de A. vulgaris.

Sem comentários:

Enviar um comentário